A importância de um vice-governador para uma região vai muito além da função de substituto eventual do chefe do Executivo. Trata-se de uma figura estratégica, capaz de articular investimentos, representar os interesses do interior e garantir que decisões tomadas no centro do poder estadual considerem a diversidade regional do Estado.
Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, não pode se manter indiferente à disputa silenciosa, porém intensa, que ocorre nos bastidores pela vice-governadoria. Este cargo não é apenas simbólico, ele representa uma conquista histórica da cidade e da região sul.
Depois de lideranças como George Takimoto, Egon Krakhecke, Braz Melo e Murilo Zauith (este último, vice-governador em duas ocasiões), a ascensão de Barbosinha à vice-governadoria simboliza mais do que um avanço político. É o reconhecimento do protagonismo de Dourados na política estadual.
Com uma atuação discreta, mas eficiente, Barbosinha tem sido peça-chave para a consolidação de projetos que extrapolam os limites da região sul, beneficiando todo o Estado. Sua fidelidade institucional ao governador Eduardo Riedel, somada à sua capacidade técnica e política, mostra como o vice pode ser um verdadeiro articulador do equilíbrio regional.
É natural e legítimo que Dourados aspire, no futuro, eleger um governador ou um senador. Mas não podemos permitir que esse sonho comprometa o espaço político já conquistado. A presença de Barbosinha na vice-governadoria é um pilar de influência que não pode ser fragilizado por interesses pessoais ou disputas de bastidores.
O que preocupa é o silêncio de muitas lideranças locais com cargos na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Focados em agendas individuais, ignoram os riscos e as perdas que uma eventual substituição traria para a cidade e para o sul do Estado. O momento pede união de nossas lideranças, para que atuem juntos em prol de garantir que Dourados siga com um representante na governadoria. Mais do que status, o cargo reafirma o papel de Grande Dourados no desenvolvimento do Estado.
A vice-governadoria não é um favor concedido a Dourados, é o reconhecimento da sua força econômica, política e social. É um símbolo de que o interior pode, sim, participar ativamente das decisões que moldam o destino do Mato Grosso do Sul.
O momento exige responsabilidade, clareza e compromisso com o futuro. Que velhas rivalidades e ressentimentos não obscurecem o mérito, a competência e a lealdade de quem, hoje, representa com dignidade a nossa região.
Enquanto não chega o dia em que possamos dizer, com orgulho, que temos um governador ou senador douradense, precisamos valorizar e defender o que já conquistamos.
A cadeira de vice-governador é mais que uma posição de prestígio, é um espaço estratégico que garante voz e presença de Dourados no comando do Estado. Preservá-la é preservar o futuro de toda uma região que há décadas busca, e merece, seu lugar de protagonismo.
*Empresário, presidente da ACED
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