De Amambai para Brasília, com uma bagagem repleta de memórias e esperança, a sul-mato-grossense Antônia Nadir Siqueira Godoi, que há duas décadas mora em Dourados, viveu um momento marcante ao reencontrar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante 5ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes).
Mais do que integrar os debates que vão nortear o 2º Plano Nacional de Economia Popular e Solidária, Antônia levou consigo uma lembrança que atravessou décadas, uma fotografia tirada em 1992, em Amambai, quando o então sindicalista ainda não havia ocupado a Presidência da República.
Na ocasião, Lula esteve no município para apoiar o sucessor do primeiro prefeito eleito pelo PT, enquanto Antônia concorria a uma vaga na Câmara Municipal. “Essa primeira foto foi tirada antes do presidente Lula ser presidente pela primeira vez. Em Amambai, eu fui candidata a vereadora pelo PT e tive a oportunidade de conhecê-lo naquela época”, recorda.
Ao levar a foto para o reencontro em 2025, Antônia queria mais do que mostrar uma memória, queria comparar o ontem e o hoje.
Ela relata que ao longo dos anos os cabelos embranqueceram e, lado a lado novamente, pôde perceber como o tempo passou, mas a admiração permaneceu.
Antônia faz questão de destacar que acompanha Lula desde o início de sua trajetória política. “Desde as primeiras campanhas dele, a gente acompanhou. Trabalhamos nas campanhas, sempre nos municípios”, lembra.
O reencontro deste ano, no Palácio do Planalto, fechou um ciclo de mais de três décadas entre as duas imagens, mas não apagou o afeto que Antônia mantém pelo líder político.
“Eu chorei muito, chorei muito de emoção, porque foi muito lindo, foi muito lindo”, disse, ao relatar o momento em que conseguiu um novo registro ao lado de Lula.
A conferência foi considerada um marco para a militante douradense, que há três anos integra o projeto da Economia Solidária em Dourados, iniciativa que reúne empreendedores locais em uma loja na Praça Central.
“Foi uma importância muito grande para mim. É o segundo encontro que participo em Brasília da economia solidária. Conhecemos muita gente, discutimos propostas, tivemos palestras. Para mim foi muito importante porque trouxe esclarecimento sobre o nosso projeto”, destacou.
Além de ser selecionada para o encontro, Antônia fez questão de ressaltar que a escolha dos representantes não é aleatória, mas fruto de votação que começa nos municípios, passa pelos estados e chega ao nível nacional.
Com os cabelos já embranquecidos pelo tempo e a experiência acumulada em décadas de militância, ela conta que o abraço em Lula foi mais do que pessoal, foi coletivo.
“Aquele abraço que eu dei nele, eu gostaria de desejar para todas as mulheres do Brasil que desejam abraçar ele e não podem chegar perto. Aquele abraço foi para todas as mulheres do Brasil que amam o presidente Lula”, reforçou.
Entre lágrimas, recordações e esperança renovada, Antônia saiu de Brasília com a sensação de que, assim como a primeira foto de 1992 e a recente de 2025, sua história segue marcada pela luta, pela solidariedade e pela crença no poder transformador da política.
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