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Avião que caiu no Pantanal já foi apreendido por transporte clandestino e manutenção irregular

Uma equipe do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, permanece no local do acidente aéreo ocorrido na zona rural de Aquidauana, que vitimou ocupantes de uma aeronave de pequeno porte no início da noite de quarta-feira (24).

De acordo com informações policiais, os investigadores estão colhendo depoimentos, provas materiais e realizando exames periciais, sob coordenação da delegada Ana Cláudia Medina.

Também atuam no local técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira responsável pela apuração de incidentes envolvendo aviação civil no país.

As investigações preliminares indicam que o piloto tentou realizar um pouso na pista localizada na fazenda, seguida de uma arremetida. Inicialmente, havia relatos de que animais teriam invadido a pista, situação comum no Pantanal, mas até o momento, não há confirmação da presença deles no momento da manobra, o que segue sob apuração.

Outro ponto em investigação é o horário da tentativa de pouso. A aeronave teria tentado tocar o solo por volta das 18h20, cerca de 40 minutos após o pôr do sol na região, registrado às 17h39. A pista em questão opera apenas em condições de visual diurno, o que pode ter contribuído para a perda de controle da aeronave.

Segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a aeronave já havia sido apreendida em 2019 pelo próprio Dracco, em uma operação que investigava o uso clandestino de aviões para o transporte remunerado de passageiros. Na época, o avião também apresentava manutenção irregular. Apesar das irregularidades, a aeronave foi posteriormente restituída ao proprietário por decisão judicial e voltou a operar voos neste ano.

A delegada Ana Cláudia Medina reforça que a investigação está em andamento e que novas diligências serão realizadas nos próximos dias. A perícia técnica e os laudos do Cenipa devem esclarecer se houve falha humana, mecânica ou outras causas relacionadas ao acidente.


 

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